A minha princesa

Antes de mais queria agradecer ao meu marido as palavras lindas que deixou no meu blog. As coisa não foram faceis para nós mas finalmente temos a familia com que sonhamos. Estamos muito felizes. A dor e as dificuldades não se esquecem mas superam-se quando olhamos para ela... a nossa Maria. O resultado de muita luta... o nosso milagre!

Depois de uma ausência prolongada venho finalmente falar-vos da minha princesa.

Começo pelo parto. No dia 3 de Fevereiro dei entrada no HSM às nove da manhã. Após um toque e a informação de que a Maria se estava a mexer menos que o habitual a minha médica decidiu que ficava internada para indução do parto.

Começei a indução às 12h00 com um dedo de dilatação e o colo do útero muito pouco permeável. Às duas da manhã do dia 4 as dores já eram muitas e eu continuava com apenas um dedo de dilatação. Mandaram o Pedro embora dizendo que o parto estava muito atrasado.

Apesar das dores serem muito fortes eu aproveitava os intrevalos entre as contracções para descansar um bocadinho mas, por volta das 5h30 as contrações comecaram a ser seguidas e eu comecei a pedir qualquer coisa para as dores. Sabia que não me podiam dar epidural porque só ma podiam dar quando tivesse pelo menos três dedos de dilatação e eu continuava com um, mas estava desesperada e comecei a pedir qualquer coisa. As dores eram insuportáveis mas disseram-me que nada podiam fazer. Apagaram-me a luz e voltaram a deixar-me sozinha.

De repente senti qualquer coisa a "estalar" dentro de mim seguido de um liquido quente a escorrer entre as pernas. Voltei a chamar os enfermeiros e disse-lhes que me tinham rebentado as águas. A partir desta altura por muito esforço que fizesse para respirar só conseguia fazer força a cada contracção. Eles pediam-me para respirar e não fazer força mas eu não conseguia fazer nada, só força.

Uma das enfermeiras de seu nome Fátima foi o meu anjo da guarda naquela altura. Pedi-lhe para não me deixar sozinha porque não estava a aguentar com dores. Ela disse-me que não ia a lado nenhum e até a Maria nascer não voltou a sair de perto de mim. Quando percebeu que algo não estava bem e que eu não conseguia parar de fazer força mandou chamar o médico de serviço. Este assim que chegou fez-me o toque e disse: "Ela não está com um dedo de dilatação, está com nove e já está em fase de expulsão. Por isso é que não consegue parar de fazer força. A bébé vai nascer."

Já não houve tempo para a epidural. Deram-me apenas uma pequena anestesia que aliviou um pouco as dores, porque já estava tão cansada que já não tinha forças. Fui levada à pressa para a sala de partos.

Lembro-me no meio da confusão que o meu anjo da guarda (enfermeira Fátima) continuava ao meu lado. Entre festas a sua voz suave foi-me indicando o que devia fazer mas, a minha força já não era sufuciente para fazer a minha menina nascer. O médico teve que usar a ventosa para ajudar.

O momento em que a puseram em cima de mim foi mágico. A dor desapareceu e deu lugar a uma mistura explosiva de sentimentos. Lembro-me do meu corpo todo a tremer de emoção e de não saber se havia de rir ou chorar.

Depois levaram-na para a limpar e vestir. Ao longe ouvia o choro da minha filha que se calou quando a trouxeram e a puseram no meu peito já limpa e vestidinha. Não esqueço este momento... a nossa troca de olhares... Se existe amor à primeira vista é isto. Já amava a minha filha mas apaixonei-me por ela ao primeiro olhar e cada dia que passa estou cada vez mais apaixonada

Todos diziam que era linda e muito grande. Nasceu com 3855 kg e 48 cm. Talvez por ser tão grande nasceu muito perfeitinha e eu não me cansava de ouvir os elogios.

Vinte minutos depois de nascer trouxeram-ma para mamar e ela pegou logo muito bem na mama. É uma comilona. Ainda não tem um mês mas já pesa 4410 kg. O papá chegou nesta altura, furioso por o terem mandado embora porque queria ter assistido mas muito emocionado com a sua princesinha.

Se me perguntarem se foi fácil tenho que dizer que não mas passava por tudo outra vez para a ter nos braços. Ela é tudo o que eu sempre sonhei e muito mais.

Adoro o cheiro da sua pele, forma como a sua boquinha procura o meu peito quando tem fome, o seu olhar, cada traço do seu rosto, o biquinho que faz quando nos tenta fixar... enfim adoro a minha princesinha.

Agora que já tenho o meu computador a funcionar prometo voltar em breve para vos contar como tem sido o primeiro mês da Maria. Por incrível que pareça já faz um mês no próximo domingo.